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PEC dos gastos pode avançar e ter mudanças pontuais, diz líder do governo na Câmara

Istoé | 30/11/2024 01:41

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), rebateu as críticas feitas à PEC dos Gastos apresentada pelo governo federal e classificou o pacote como “humano”. Para Guimarães, a Faria Lima só pensa no mercado e não considera o país.

Em entrevista exclusiva ao site IstoÉ, o petista minimizou as declarações de que o pacote seria “tímido”. Líderes afirmaram à reportagem que a PEC é fraca em relação à expectativa gerada em torno do texto e acreditam que o projeto terá uma duração efetiva de apenas dois anos.

Guimarães afirma que há equilíbrio na proposta por não cortar valores de benefícios sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ele contesta as declarações dos colegas e diz que o projeto pode cortar R$ 327 bilhões em cinco anos.

“O mercado é o mercado. A Faria Lima não pensa o Brasil. Pensa nos interesses de lá. E alguns parlamentares têm relação com eles. Veja só, começa em 2025 e vai até 2030. No total, são R$ 327 bilhões que o governo vai conter nos gastos”, afirmou Guimarães.

“Pela primeira vez, vamos fazer ajustes importantes na economia brasileira sem penalizar os mais fracos. Vamos fazer uma contenção de gastos sem retirar direitos. O mercado só ficava feliz com essas medidas que o Haddad anunciou se cortasse o Bolsa Família. Não tem como fazer isso”, concluiu.

A proposta apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevê o corte de R$ 70 bilhões em dois anos. Entre as medidas estão o recadastramento do Bolsa Família com biometria, além de um pente-fino no BPC. Mudanças no cálculo do salário mínimo e no abono salarial também estão previstas (veja as mudanças no final da reportagem).

Guimarães lembrou o descrédito que o mercado financeiro deu à reforma tributária e às mudanças feitas pelo Palácio do Planalto. De acordo com ele, as críticas negativas são “vozes” que especulam.

“Veja só. Era pra fazer o quê? Quando discutimos a reforma tributária aqui na Câmara, eu ouvi que não iria dar certo, os interesses conflitantes dos entes federados não daria para votar. São aquelas vozes que ficam só especulando. Dá sim. Eu diria que é um ajuste humano.”


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