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18 de maio: infectologistas do Helvio Auto destacam tratamento de pessoas que convivem com o vírus da Aids

Assessoria | 16/05/2025 13:43

Em homenagem ao 18 de maio, Dia da Conscientização sobre a Necessidade de uma Vacina contra o HIV/Aids, o Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), reforça não apenas a importância da pesquisa científica, mas também o compromisso diário com a dignidade, a prevenção e o tratamento de milhares de pessoas que convivem com o vírus.

Apesar de cientistas do mundo todo trabalharem em várias frentes, ainda não existe uma vacina definitiva e eficaz. O lenacapavir é um medicamento injetável que atua como profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV. Embora tecnicamente não seja uma vacina, sua eficácia e modo de administração o tornam uma das estratégias mais promissoras na prevenção do HIV. Além do lenacapavir, pesquisadores estão desenvolvendo uma vacina que orienta o sistema imunológico a produzir anticorpos amplamente neutralizantes contra o HIV. Testes em modelos animais mostraram resultados promissores, e os próximos passos incluem ensaios clínicos em humanos.

Para os profissionais que trabalham diariamente com HIV/AIDS no Hospital Escola Dr. Helvio Auto, uma vacina contra o HIV representaria não apenas um avanço médico, mas uma revolução humanitária. “Seria um divisor de águas para a infectologia. Uma vacina contra o HIV não seria só um avanço para quem vive com o vírus, ela mudaria completamente o cenário das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em geral — diminuindo novas infecções, reduzindo o preconceito, e dando às pessoas uma nova chance de viver sem medo”, destaca Vânia Pires, infectologista do Hospital Helvio Auto.

Ao longo das últimas décadas, o HIV deixou de ser uma sentença de morte para se tornar uma condição crônica tratável, graças ao avanço dos medicamentos antirretrovirais. No entanto, a prevenção ainda enfrenta desafios como o estigma, a desinformação e o acesso desigual aos serviços de saúde. “O impacto de uma vacina de HIV seria maravilhoso, seria a gente vislumbrar a possibilidade de controlar a doença. O problema é que até hoje ainda não se conseguiu produzir uma vacina efetiva contra as inúmeras cepas diferentes que existem do HIV. Sem falar que há ainda o perigo de um relaxamento nas demais medidas preventivas, como o uso de preservativos e a testagem regular. Por isso, a educação em saúde continuará sendo tão essencial quanto qualquer dose aplicada no braço”, alerta o infectologista Fernando Maia.

Apesar do otimismo, os especialistas lembram que uma possível vacina não será isenta de desafios. Entre eles, o risco de que sua chegada seja interpretada como um fim definitivo da epidemia e até se será possível a disponibilização para toda a população. “Após todos os testes para que a vacina seja segura e utilizada em larga escala na população, existe a necessidade de determinar quais os grupos populacionais mais sujeitos ao risco e começar a vacinação por esses grupos, para depois de certo tempo, dependendo da logística e capacidade de produção, a vacina ser liberada para toda a população e até crianças. Tem muitas perguntas ainda a serem respondidas, então é muito cedo para a gente poder fazer qualquer tipo de projeção nesse sentido. Mas é muito importante que se observem todos os passos corretos para que a vacina seja efetiva e segura, para que ela possa então produzir a proteção que a gente necessita”, explicou o médico do Helvio Auto.

Atualmente, mais de 3.500 pacientes provenientes de todo o estado de Alagoas com HIV/AIDS são acompanhados ambulatorialmente pelo Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Hospital Helvio Auto, onde são assistidos por equipe de saúde multidisciplinar, que engloba atendimentos médicos a psicológicos e nutricionais. Trata-se do maior ambulatório em doenças infectocontagiosas do estado em número de pacientes atendidos e acompanhados. No ano de 2024 foram registrados 435 novos casos de HIV/AIDS só neste serviço do Hospital Helvio Auto.

Neste 18 de maio, mais do que marcar uma data, o hospital convida a sociedade a refletir sobre a importância de continuar investindo em ciência, combatendo o preconceito e defendendo políticas públicas de saúde baseadas na equidade. “Com uma vacina eficaz, a prevenção deixaria de ser apenas um cuidado individual para se tornar uma proteção coletiva. Na prática, isso significaria menos casos de pacientes jovens com diagnóstico tardio, menos complicações imunológicas e menos estigmas também. Mais saúde, mais liberdade, menos preconceito e o melhor: uma sociedade mais segura para todos”, concluiu a médica Vânia Pires.

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