Marcando o encerramento do projeto Arte Capoeira nas Escolas, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) promoveu o “Festival de Duplas”, nesta quinta-feira (13) na Pajuçara, com a participação de cerca de 800 alunos de 20 escolas de tempo integral da rede municipal.
O Festival faz parte do evento "Vamos Subir a Serra", em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado na próxima quarta-feira (20). Também foram feitas apresentações de coco de roda e das baianas, realizadas por alunos envolvidos no projeto Folguedos na Rede.
O projeto que leva a arte e ancestralidade da capoeira para as unidades escolares ocorria no contraturno das aulas, durante os três primeiros meses, os alunos aprenderam técnicas de ataque e defesa, assim como coreografias combinadas e tiveram a oportunidade de se familiarizar com a cultura afro-brasileira através da dança do Makulele.
“A importância do projeto vai além da capoeira como esporte, pois ele contribui para o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas, atendendo à Lei 10.639/03, que estabelece o ensino da cultura afro-brasileira, e ao Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288). O projeto também promove o letramento racial, valorizando a identidade cultural e étnica das crianças, além de proporcionar um espaço para a cultura local”, explicou o coordenador do projeto, Severino Cláudio, mais conhecido como mestre Claúdio dos Palmares.
Para o presidente da Federação Alagoana de Capoeira e mestre da Escola Municipal Tradutor João Sampaio, Cícero Virgulino da Silva, este momento é de extrema importância, pois as crianças podem apresentar tudo o que foi trabalhado durante este ano com o projeto Arte Capoeira nas Escolas. “Fico até sem palavras, só posso agradecer e parabenizar todos os mestres, o coordenador e a Semed que proporcionou este momento para a capoeira estar aqui”, relatou.
A aluna Ana Clara, do 8º ano da Escola Tradutor João Sampaio, relatou que durante as atividades do projeto ela aprendeu a cantar, tocar e executar diversos movimentos da capoeira. “Eu desenvolvi também a coordenação motora e aprendi muitas coisas importantes. Agora eu gosto muito da capoeira”, enfatizou.
Destacando os novos movimentos que aprendeu com a prática da capoeira, a aluna Nicole, também da Escola Tradutor João Sampaio, falou da sua felicidade . “Eu nunca tinha aprendido sobre capoeira, estou muito feliz de aprender sobre os passos e sobre a cultura desse esporte”, completou.
A coordenadora de Educação Integral da Semed, Claudiane Pimentel, explicou o papel da capoeira no desenvolvimento das crianças, tanto fisicamente quanto culturalmente, e como o projeto contribui para a conscientização racial e valorização da identidade cultural. O evento também serve para aproximar as crianças da cultura local e inspirar a valorização de Maceió. “A Semed tem trabalhado de forma didática e pedagógica o letramento racial das crianças, assim como a identidade e pertencimento racial”, explicou Claudiane.