Envelhecer é natural, mas nem todo mundo está disposto a aceitar, sem intervenção, os efeitos do tempo no rosto. Prova disso é Kris Jenner, de 69 anos, empresária e matriarca do clã Kardashian, que recentemente chamou a atenção ao exibir uma aparência visivelmente mais jovem. O motivo? Um procedimento chamado deep plane facelift, uma técnica de lifting facial de última geração, cada vez mais procurada por quem busca um rejuvenescimento facial mais natural e duradouro.
Mas, afinal, o que é lifting facial? A cirurgia, também conhecida como ritidoplastia, é um procedimento estético indicado para tratar os sinais de envelhecimento do rosto, como flacidez, perda do contorno facial, sulcos profundos e queda dos tecidos.
À IstoÉ Gente, o Dr. Rodrigo Mangaravite, cirurgião plástico e professor, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explicou como o procedimento funciona.
Entre as técnicas de lifting facial, o deep plane facelift se destaca por atuar em um plano mais profundo do rosto, abaixo da camada SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), que sustenta a musculatura e os tecidos faciais. Nesse método, o cirurgião descola não apenas a pele, mas também os ligamentos e estruturas profundas, permitindo reposicionar músculos, gordura e tecidos de forma mais eficaz e harmônica.
O principal diferencial do deep plane é justamente oferecer um resultado mais natural, sem aquele aspecto de “rosto repuxado”, além de garantir maior durabilidade, já que atua na base anatômica do rosto, não apenas na pele.
O lifting facial é recomendado para pessoas que apresentam flacidez moderada a severa, geralmente a partir dos 40 ou 50 anos. As indicações mais comuns são:
Queda das bochechas (prega nasolabial marcada);
Flacidez no contorno da mandíbula (efeito de “buldogue”);
Acúmulo de pele na região do pescoço;
Perda do contorno facial;
Aspecto de rosto cansado ou envelhecido.
Apesar de mais comum em pacientes de meia-idade, o lifting pode ser realizado em pessoas mais jovens com envelhecimento precoce, ou em idades mais avançadas, desde que haja boa saúde geral e indicação médica, explica o Dr. Mangaravite.
O lifting facial é realizado em ambiente hospitalar, com anestesia geral ou sedação profunda, dependendo da extensão da cirurgia. As incisões são feitas em áreas discretas, geralmente na linha do couro cabeludo, ao redor e atrás das orelhas, e, em alguns casos, sob o queixo.
Após as incisões, o cirurgião descola a pele, acessa as camadas profundas do rosto e reposiciona os músculos e ligamentos. O excesso de pele é removido, e a pele é suturada de forma a garantir um aspecto natural e rejuvenescido.
A cirurgia pode ser associada a outros procedimentos complementares, como blefaroplastia (cirurgia das pálpebras), lipoaspiração do pescoço ou preenchimento de áreas que perderam volume com o envelhecimento.
O pós-operatório requer cuidados específicos. Nos primeiros dias, é comum apresentar inchaço, hematomas e leve desconforto, que podem ser controlados com medicação prescrita. O retorno às atividades cotidianas ocorre, em média, entre 10 e 15 dias, quando o resultado já é visível e a paciente já nota uma grande diferença.
A melhora é progressiva, com resultado final entre 2 e 4 meses.
Como todo procedimento cirúrgico, o lifting facial apresenta riscos, embora seja considerado seguro quando realizado por cirurgiões plásticos qualificados. Entre as possíveis complicações estão: hematomas, infecção, alteração da cicatrização, assimetrias, lesão de nervos faciais (geralmente temporária) e insatisfação estética.
O lifting facial não impede o envelhecimento, mas desacelera seus efeitos de forma significativa. Os resultados costumam durar de 8 a 12 anos, dependendo do envelhecimento natural, dos cuidados pós-operatórios, do estilo de vida e da genética do paciente.
O lifting facial, especialmente na técnica deep plane, representa um avanço importante na cirurgia plástica facial. Mais do que “esticar a pele”, a proposta é restaurar as estruturas faciais, devolvendo naturalidade, harmonia e jovialidade, como demonstrou Kris Jenner ao surgir visivelmente renovada.
É fundamental, porém, que o procedimento seja realizado por um cirurgião plástico especializado, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, garantindo segurança, bons resultados e bem-estar ao paciente, finaliza o Dr. Rodrigo Mangaravite.
Dr. Rodrigo Mangaravite, cirurgião plástico e professor. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro ativo da International Society of Aesthetic Plastic Surgery, membro titular da Federação Ibero-Latino-Americana de Cirurgia Plástica e integrante do corpo clínico de alguns dos mais importantes e conceituados hospitais do Brasil e da América Latina, como o Hospital Sírio-Libanês e o Hospital Israelita Albert Einstein, entre outros. Autor do livro "O que a cirurgia plástica pode fazer por você".