Para 71% dos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será candidato à reeleição em outubro de 2026. Os números foram revelados neste domingo, 3, em pesquisa divulgada pelo Datafolha.
O grupo se divide entre os entrevistados que estão certos de que o petista estará nas urnas (48%) e aqueles que acham provável que ele concorra a um novo mandato (23%).
Outros 23% creem que Lula não será candidato em 2026, enquanto 6% não souberam responder. O petista tem 79 anos de idade e, se for reeleito, concluirá o novo mandato com 84.
Mais brasileiros passaram a acreditar na candidatura de Lula nos últimos meses. Conforme o levantamento, essa crença tinha 62% de adesão em abril, e 66% em junho.
Às vésperas de concluir a primeira metade do mandato, em dezembro de 2024, Lula sofreu uma hemorragia intracraniana e teve de passar por uma cirurgia de emergência em São Paulo. Depois, enfrentou uma sucessão de crises geradas por decisões internas, como a do Pix e a do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), registrou seu pior patamar de aprovação como presidente e viu a relação com o Congresso azedar de vez.
O cenário era duvidoso. Em reação, o mandatário e aliados investiram em uma agenda de confronto com o Legislativo e viram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobretaxar em 50% os produtos brasileiros enviados ao país, citando Jair Bolsonaro (PL) como motivação.
Mesmo inelegível, o ex-presidente é o principal oponente de Lula, que aproveitou para responsabilizá-lo pelos danos potenciais do tarifaço à economia do país e encampar o discurso de defesa da soberania nacional. A estratégia rendeu frutos, com uma melhora sensível na aprovação do governo, e o petista dobrou a aposta no discurso eleitoreiro. Em julho, afirmou que será o primeiro presidente eleito quatro vezes.
Fernando Haddad e Geraldo Alckmin: ministros são os mais citados como ‘plano B’ a Lula
O Datafolha também questionou os entrevistados quanto a um eventual “plano B” governista, caso Lula não se candidate. Para 29%, o presidente deveria apoiar Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda; outros 26% consideram que a chapa deveria ser encabeçada por Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, escolhido pelo Palácio do Planalto para negociar o tarifaço.
Já 13% defendem o endosso a Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento e terceira colocada nas eleições presidenciais de 2022. O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), foi citado por 5%, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), por 3%.
O Datafolha ouviu 2.004 pessoas de 16 anos ou mais entre os dias 29 e 30 de julho, por meio de entrevistas presenciais realizadas em 130 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos.