A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (18) o delegado da Polícia Civil de Alagoas, Daniel Mayer. Ele se encontra na carceragem da PF, no bairro de Jaraguá, em Maceió. O delegado é responsável pelo inquérito que apura a morte do empresário Kleber Malaquias.
A informação da prisão foi confirmada pela promotora Lídia Malta. Segundo o Ministério Público, Mayer estaria prejudicando as investigações. O g1 entrou em contato com a Polícia Civil que informou que não vai se pronunciar sobre o assunto por enquanto.
O Ministério Público de alagoas (MP-AL) pediu a prisão do delegado por causa do sumiço de uma documentação importante referente às investigações do assassinado do empresário.
Por meio de nota, o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas disse que acredita na reputação e honestidade do delegado. E que vai ainda acompanhar a situação (veja a nota na íntegra).
Kleber Malaquias foi assassinado dentro de um bar em Rio Largo, na tarde de 15 de julho, dia do seu aniversário. A execução foi arquitetada pelos envolvidos, que atraíram Kleber Malaquias até o Bar da Buchada para realizar o assassinato.
A polícia acredita que a morte tenha tido motivação política e se trata de um crime de mando. Ele chegou a testemunhar contra o desembargador Washington Luiz no processo da tentativa de homicídio contra o juiz Marcelo Tadeu.
Nota do Sindpol
As entidades representativas da classe dos Delegados de Polícia Civil de Alagoas, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Alagoas SINDEPOL/AL) e a Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (ADEPOL/AL), vêm a público manifestar profunda preocupação com a prisão preventiva decretada em desfavor do Delegado Daniel José Galvão Mayer, ocorrida na presente data, sob a acusação de Induzir juiz a erro (Art. 347 do Código Penal - Fraude Processual).
O Delegado Daniel José Galvão Mayer é um servidor público de notável integridade e reputação ilibada, com extensa e relevante trajetória na Polícia Civil do Estado de Alagoas. Exerce, com destacada competência e seriedade, a função de Diretor de Polícia Judiciária da Região Metropolitana (DPJ1), acumulando ainda, por meio de incansável dedicação e esforço pessoal, as funções da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico.
O Delegado Daniel é amplamente respeitado tanto por seus pares quanto pelas comunidades em que atua, sendo reconhecido por sua dedicação incansável e por prestar relevantes serviços à segurança pública. Ao longo de sua carreira, participou de inúmeras operações policiais de elevada complexidade, enfrentando perigosas organizações criminosas e indivíduos de alta periculosidade, sempre em defesa da ordem pública e da justiça. Como todo servidor policial, arriscou sua própria vida em prol da segurança da socieda-de, demonstrando coragem e comprometimento com os valores mais nobres da função policial.
As entidades representativas reafirmam sua confiança na honestidade e retidão do Delegado Daniel Mayer, reiterando que, ao longo de sua carreira, sempre pautou sua conduta pela observância estrita da legalidade e dos princípios que regem a função policial. Temos convicção de que a prisão preventiva que lhe foi imposta é fruto de um equívoco que será devidamente corrigido, e que a verdade será plenamente restabelecida no curso do devido processo legal.
Acreditamos firmemente na inocência do Delegado Daniel Mayer e na sua capacidade de demonstrar que as acusações imputadas a ele são infundadas. As entidades que ora subscrevem esta nota repudiam, com veemência, qualquer ato que implique a violação dos direitos e garantias fundamentais de um servidor público exemplar, como é o caso do Delegado Daniel Mayer.
Por fim, reafirmamos nosso compromisso com a defesa intransigente do Estado Democrático de Direito e com a proteção da honra e da dignidade dos delegados de polícia, que diariamente dedicam suas vidas à manutenção da ordem pública e à proteção da sociedade alagoana.
Empresário Kleber Malaquias, conhecido como Bode Rouco, foi assassinado dentro de um bar, em Rio Largo — Foto: Reprodução/TV Globo
Em um boletim de ocorrência registrado em 2019, o empresário relatou que teve acesso a conversas e áudios de WhatsApp com ameaças contra ele e que temia ser morto.
De acordo com as investigações, o policial militar José Mário, na época pré-candidato a vereador, marcou um encontro com Kleber para conversar sobre questões políticas. Uma pessoa identificada como Fredson José teria efetuado os disparos de arma de fogo que levaram a vítima à morte.
Além dos acusados, outros três envolvidos, Marcelo José Souza da Silva, Jefferson Roberto Serafim da Rocha e Marcos Maurício Francisco dos Santos, respondem pelo crime. O julgamento deles está marcado para esta quinta-feira (19).