Diversos mitos e superstições cercam o número 13. Há quem considere o número um bom sinal. Por outro lado, é comum que os algarismos sejam vistos como símbolo de má sorte.
Para aqueles que acreditam no significado negativo, o azar é ainda maior quando o número vira uma data: a sexta-feira 13. Em 2025, a data supersticiosa cai apenas em junho.
Não há um consenso sobre a origem, que já rendeu até uma sequência de filmes de terror. O professor e doutor em história Odir Fontoura explica que os primeiros registros da sexta-feira 13 são encontrados em folhetins e em jornais datados do final de 1800.
— A cultura popular da data passa desde a religião até os mitos e a literatura. Eu diria que é impossível que a gente encontre um momento fundador, mas várias influências contribuíram para que a gente fale sobre ela — explica.
A sexta-feira 13 é uma construção ocidental e milenar. Conforme Fontoura, só se fala nessa data no ocidente, já que o mundo oriental não teve muito contato com a cultura cristã e nórdica. Para o professor, não há indícios de que a data seja realmente de má sorte.
— Nós poderíamos investigar qualquer data e procurar na história motivos que fariam com que aquele dia fosse de azar, porque muitas coisas acontecem o tempo todo e ficam registradas na história — defende.
Para Moara Steinke, astróloga e colunista de Donna, a sexta-feira 13 vai além dos mitos e superstições. Ela acredita que a data pode ter uma energia positiva e transformadora:
— Eu acho que é um dia de poder, porque ele traz uma oportunidade de renovação, de olhar para as coisas com outro ponto de vista.
Neste ano, teremos apenas uma sexta-feira 13, em junho. Porém, em 2026, serão três: em fevereiro, março e novembro.
Para algumas pessoas, a data marca o momento em que a separação entre o mundo dos vivos e dos mortos é menor. Por esse motivo, há quem acredite que o dia é propenso a aparições de entidades sobrenaturais como bruxas, fantasmas e assombrações.
Durante o período, superstições como pisar no chão com pé direito, não passar embaixo de escadas e bater três vezes na madeira também são amplificadas. Além disso, algumas crenças pregam que não se deve cortar as unhas e o cabelo nesses dias.
Outras crendices, como não cruzar com um gato preto, no entanto, impactam em riscos aos felinos, especialmente neste dia.
Nos Estados Unidos, onde o receio relacionado à data é ainda maior, há quem evite viajar ou fechar negócios nesses dias.
O país possui forte superstição em relação ao número 13 de maneira geral. Lá, existem prédios que não possuem formalmente o 13º andar: o botão 12 do elevador é imediatamente seguido pelo 14º.
Já em locais como Espanha e parte da América Latina, a terça-feira 13 é mais temida que a sexta-feira. Nessas regiões, existe um ditado que afirma que: “Na terça-feira, não se case e nem viaje“.
Em alguns casos, o medo do que pode acontecer nesses dias é tão intenso que ganha um nome Trezidavomartiofobia.
Conforme o professor, na mitologia nórdica, a maldição do número 13 aparece porque o deus Odin teria realizado um jantar para 12 deuses. Loki, deus da discórdia e do fogo, não teria sido convidado e armou uma confusão, que terminou na morte de um dos convidados.
Outra versão — uma das mais conhecidas — surge a partir do cristianismo, quando Jesus realiza a última ceia. No momento, Jesus se reuniu com seus 12 discípulos, totalizando 13 pessoas, sendo que uma delas era Judas, o traidor.
Na Bíblia, outros eventos marcantes para o cristianismo ocorreram na sexta-feira 13:
Ingestão do fruto proibido por Adão e Eva;
A data em que Caim assassinou Abel, seu irmão;
Derrubada do templo de Salomão;
Partida da Arca de Noé no Grande Dilúvio;
Além disso, livros como Friday, the Thirteenth, escrito por Thomas Lawson no século XX, reforçam essa crença. Na trama, um corretor do mercado de ações decide quebrar o mercado de ações em uma sexta-feira 13.