Chega-me às minhas mãos, o majestoso livro Théo Brandão - Vida em Dimensão - cujos organizadores destacam-se: Cármen Lúcia Dantas, Fernando Antônio Netto Lôbo, Vera Lúcia Calheiros Mata, professores eméritos da Universidade Federal de Alagoas. Aliás, discípulos do Mestre Teotônio Vilela Brandão que, por sua vez, integrou a famosa Escola de Viçosa.
A obra, por sua vez, lançada pela Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas, pelo então Secretário Osvaldo Viegas, alusiva ao Centenário de Théo Brandão. Diga-se de passagem, uma iniciativa feliz à memória do primo do Menestrel das Alagoas que defendeu o folclore, a música popular, e, sobretudo, lecionando Sociologia na UFAL.
Por ocasião festiva, mereceu o lugar ostentando seu nome - Museu Théo Brandão; onde se encontram relíquias que enobrecem a vida, a história daquele que deixou marcas indeléveis. Salvaguardando a saga daquele que, em vida, instituiu o Patrimônio Cultural alagoano. No dizer da museóloga Cármen Lúcia Dantas: “ Dr. Théo era dessas pessoas que não devem nunca morrer. Tinha tanto que fazer pelo folclore nacional, tanto que ensinar e tanto exemplo a dar como intelectual e como ser humano!
Fernando Antônio Netto Lôbo, fiel escudeiro do Mestre Théo Brandão, fala no seu texto da Ideia ou Sonho daquele que além de ter sido seu Mestre: “ A possibilidade e a proximidade de sua aposentadoria como professor titular de diversas disciplinas e também como entusiasta fundador das Faculdades de Medicina (em janeiro de 1951) e de Filosofia (janeiro de 1952), trazia certa inquietação ao dinâmico estudioso Professor Doutor Théo brandão, em razão da possibilidade de o seu acervo não contar com o zelo que lhe dedicou vida à fora ”.
Severina Lins de Abreu / Quem é esse Homem? Guerreiros, baianas, pastoris. Um homem no meio, No meio da vida, Na vida do Povo/ Vivendo a cultura, Fazendo a ponte, A ponte que liga, Todos os homens/ Os homens dançando, As mulheres cantando, E o homem, olhando, Olhando encantado. O homem que vive em chão de ladrilho, Mergulha no pó, na poeira do povo, No mundo do barro. Do barro que faz, bonecos e potes, Tão lindos!
Seu querido filho - Walter Brandão - destacou o abnegado médico que salvou tantas vidas. “ Este era meu pai, o médico estudioso, explosivo e atento a realidade, sempre disposto a rever os princípios da cultura médica. Foi por isso que começou a coletar dados sobre os remédios populares usado pelos raizeiros e curandeiros “.
O Doutor Théo Brandão fez história com altivez, serviu a sociedade com tamanha dignidade que mereceu ser imortalizado pelas mãos de suas ex-alunos que tanto aprenderam com ele. Agradeço o presente recebido do professor-amigo Fernando Antônio Netto Lôbo. Valeu a Vida em Dimensão!